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Alcoolismo, um flagelo lícito


Ao ler no último mês o livro “Saideira” de Bárbara Gancia, escritora, jornalista e, durante muitos anos, articulista da Folha de São Paulo, constatei com espanto, emoção e profunda apreensão a tragédia que é o alcoolismo na humanidade. Para se ter uma ideia, cerca de 3 milhões de pessoas morrem por ano vítimas da dependência do álcool e no Brasil os acidentes de trabalho, a violência doméstica e os graves transtornos e colisões no trânsito se devem em sua maioria aos excessos na ingestão de bebidas alcoólicas. E, diferentemente de outras drogas, o álcool é vendido e consumido por quase todas as pessoas, ou seja, seu consumo é lícito.


Evidentemente a bebida alcoólica quando ingerida com parcimônia é agradável, estimula o congraçamento, traz alegrias, estreita amizades e serve para desanuviar os estresses de nossa luta diária, alivia nossas preocupações e recarrega nossas energias para continuarmos a viver.


No entanto é importante sabermos que a ingestão exige moderação e que em um determinado momento é preciso parar. Isto acontece com a grande maioria das pessoas. Mas existem aqueles que não conseguem parar e, pouco a pouco, vão ficando cada vez mais dependentes da droga com graves repercussões em seu organismo e, portanto, em sua saúde, com agravamento de problemas familiares e no trabalho e, na progressão, com desestruturação da vida que vai desde problemas com controle de salários e economias até cuidados com higiene e bem estar.


O início da dependência sempre, ou quase sempre, ocorre da mesma maneira. A pessoa começa a beber socialmente e, aos poucos, sem perceber, vai aumentando a necessidade da ingestão do álcool; compulsivamente começa a beber em horários diferentes do comum e, muitas vezes, passa a beber sozinha e cada vez mais. Quando questionada sempre afirma que tudo está sobre controle e que consegue parar a qualquer momento que desejar


(*) O autor é médico e membro da Academia Venceslauense de Letras

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