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Cheirar a comida não basta para saber se está estragada

Atualizado: 25 de ago.

Cheirar alimentos ajuda a identificar a comida estragada, mas não é um método infalível, já que algumas bactérias não provocam mau cheiro, como a Salmonella. - Terra

O método de cheirar alimentos não é tão confiável quanto gostaríamos para identificar possíveis alimentos estragados, como uma travessa de macarrão à bolonhesa na geladeira. Isso porque não é todo micróbio, incluindo as "temíveis" bactérias que provocam diarreia e infecções alimentares, que pode ser reconhecido pelos odores que gera na comida.


Embora o olfato tenha uma função limitada em detectar alimentos possivelmente estragados, a habilidade de sentir cheiros (e odores) não deve ser completamente descartada por humanos e nem por outras espécies. Por exemplo, se o leite, mesmo guardado na geladeira, estiver com um cheiro azedo, a recomendação é que ele seja descartado, já que as chances de contaminação são altas.


Nem todo micróbio provoca odor de comida estragada

De forma geral, "esses gases [que provocam o mau cheiro] surgem quando as populações microbianas estão crescendo e se tornando abundantes — quando o metabolismo de cada residente microbiano converte o carbono e os outros elementos em fontes de energia ou blocos de construção para sua própria estrutura celular", explica Mateus Gilmour, diretor da rede de pesquisa em segurança alimentar do Quadram Institute, no Reino Unido, em artigo para a plataforma The Conversation.


A questão é que esta não é uma regra universal. Neste ponto, Gilmour alerta que "os micróbios mais comumente associados a doenças de origem alimentar, como Listeria e Salmonella [duas bactérias em forma de bacilos], serão quase impossíveis de detectar com o teste do olfato".


A sorte humana é que casos de infecções bacterianas do tipo são relativamente incomuns, quando as comidas são bem preparadas, respeitando as boas práticas de higiene. Inclusive, lavar as mãos é fundamental antes do início dos preparos.


Onde pode estar a Salmonella na comida?

Para criar uma "noia" ainda maior, Gilmour explica que, se um alimento estiver contaminado pela bactéria Salmonella ssp., a chance dela estar na superfície de um tomate guardado em uma gaveta de legumes é bem baixa. "Se este patógeno estiver presente no tomate, provavelmente foi introduzido pela água contaminada na fazenda enquanto o fruto estava crescendo", explica. Dessa forma, é simplesmente impossível de ser captada pelo olfato.


Regra quase infalível para não passar mal com comida

Considerando que os alimentos são preparados de forma correta, a melhor estratégia para impedir infecções bacterianas e o desenvolvimento dos mais diversos micróbios é manter a comida refrigerada, ou seja, na geladeira.


"Se algum dia eu estiver preocupado em ficar doente por causa de comida [estragada], é melhor gastar minhas energias armazenando-as na temperatura certa e cozinhando-as pelo tempo certo, em vez de confiar em meu nariz para farejar um patógeno", completa o pesquisador.


Aqui, vale destacar a importância de conservar os alimentos em temperatura adequada, evitando, por exemplo, a Síndrome do Arroz Frito, causada pela bactéria Bacillus cereus — esta libera toxinas potencialmente perigosas e até mesmo fatais. Inclusive, há um relato de óbito por esta causa em um jovem de 22 anos na Bélgica.


Fonte: The Conversation  

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