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Diário de bordo – parte 2

Atualizado: 20 de jun.



E o assunto continua! A viagem da AAPPV a Poços de Caldas e Capitólio, belíssimos  destinos turísticos brasileiros, continua rendendo boas lembranças em nossas mentes e aquecendo nossos corações, já tão repletos de experiências.


Ainda em Poços de Caldas, vale registrar as visitas ao Relógio Floral e à Fonte dos Amores. Eu já havia estado nesses locais em 1976, em plena “Lua de Mel” e posteriormente em 1986, já com meus dois filhos.


O Relógio Floral fica na Praça Getúlio Vargas e foi inaugurado em 1972 em homenagem ao Primeiro Centenário de Poços de Caldas. Projeto de um casal austríaco, moradores da cidade, sobre um canteiro, de forma inclinada, é formado por gramas e plantinhas e seus ponteiros de metal marcam as horas com regularidade. Lindo para tirar fotos!


É preciso não esquecer, na rua paralela à Praça, vimos o ponto de charretes, que lá em Poços, serve a passeios turísticos de pouca distância. Charretes e cavalos enfeitados, tudo muito romântico conforme o clima predominante da cidade.


Mas, a Fonte dos Amores é um espetáculo à parte. A belíssima escultura em mármore branco, de um jovem casal seminu e abraçados cria um clima romântico e envolvente. A escultura é assinada pelo italiano Giulio Starace, foi inaugurada em 1929, fica na Serra de São Domingos, tendo ao lado uma pequena fonte de água cristalina.


Duas lendas envolvem essa bela escultura. A primeira conta que um jovem casal de namorados ali se encontrava escondido dos pais, ferrenhos inimigos políticos.


Desesperados por não poderem se unir pelas leis terrenas, um belo dia se atiraram do alto do rochedo e a água suavemente cobriu seus corpos como cristalina mortalha. Outra versão diz que um jovem padre teria se apaixonado perdidamente por uma encantadora jovem, filha de um fazendeiro da região, que impedia o namoro. Refugiavam-se no bosque, junto à fonte, para viverem seu amor. Algum tempo depois, um caçador encontrou o corpo do casal, mortos, abraçados e nus porque uma “amiga” os surpreendera e lhes roubara as roupas. Penalizado, o pai teria mandado erguer a estátua junto à fonte em homenagem à filha que morreu de amor.


Na esteira desse amor tão profundo, capaz de desafiar os rígidos princípios da moral mineira da época, a estátua e a Fonte ainda hoje inspiram diversas crendices. Diz-se que se um(a)  solteiro(a)  beber daquela água, logo se casará. Se for casado(a) , sempre retornará a Poços de Caldas ou, se o casal acariciar a coxa do jovem mancebo, renovar-se-á o vínculo amoroso.


O clima romântico se aprofunda quando numa placa de bronze leem-se os versos de Alberto de Oliveira: “Neste recanto, a amar tudo convida / Que amar é vida / Mas a quem pôs aqui tanta beleza / A alma da natureza / Uma oração mandai / Amai! Orai!” Avalio que Poços de Caldas, apesar de ser um destino turístico famoso, há algum tempo, é uma cidade simples, que mantém costumes interioranos: música no coreto da praça, espaço liberado para dançar, incentivo à cultura com os valores locais. É uma cidade que se mantém como a vi há mais de quatro décadas. Trânsito tranquilo, valorização de suas belezas naturais, calor humano na recepção aos turistas, comida típica e as tradicionais feirinhas de artesanatos. Mas, um olhar crítico, para além das belezas naturais, que não se discutem, entendo que faltam cuidados específicos que, certamente, deixariam os visitantes mais felizes.


“Poços de Caldas: cidade do amor, da saúde e das belezas naturais.”


(*) Aldora Maia Veríssimo – Presidente da AVL

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