O custo de vida do brasileiro vem aumentando a cada dia. O preço dos alimentos, puxado pelos combustíveis-transporte, a energia e o gás de cozinha impactam no orçamento doméstico.
Soma-se também o desemprego, cujo aumento levou muitos brasileiros para informalidade.
Os salários não acompanham a inflação, que chegou nos dois dígitos. Com isso, o poder de compra está reduzido e alguns produtos que compunham o dia-a-dia do brasileiro estão sendo substituídos por opções que colocam em risco a segurança alimentar.
Há uma tendência de alta no preço dos alimentos que se observa há pelo menos três anos. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontam que entre 2018 e 2021 os alimentos ficaram, em média, 43% mais caros para o consumidor final. A pandemia agravou esse cenário. O mesmo ocorreu em relação ao desemprego. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil só deve retornar ao nível pré-pandemia em 2024.
Ressalta-se que o Brasil tem potencial gigante para produção de alimentos. Isso é fato. Porém, a fome já atinge milhões de brasileiros. O Brasil, aos poucos, está voltando ao mapa da fome. Escancarou-se o aumento no número de famílias em condição de vulnerabilidade.
Se por um lado os programas sociais do governo, como o Auxílio Brasil que substituiu o Bolsa Família minimizam o problema da fome, por outro registra-se que 73% dos brasileiros foram impactados pelo custo de vida que aumentou.
A pandemia contribuiu, isso é fato. No entanto, há que se ressaltar que o modelo econômico adotado pelo governo inibe investimentos do Estado. Deixar apenas a iniciativa privada para o fomento da economia não produz riqueza.
Ao contrário, está provado que o neoliberalismo não deu certo em lugar nenhum do mundo. O tal “estado mínimo” não funciona.
concentração de capital e o lucro contribuem para aumentar o desnível social, sufocando as classes menos favorecidas.
Estado, este sim, deve ser indutor do desenvolvimento. Colocar as pessoas no Orçamento ajudará a construir uma nação mais justa e igualitária, diminuindo a distância entre as classes sociais, com maior distribuição de renda para reduzir a pobreza.
A pandemia de Covid-19 mostrou o quão é importante a presença do Estado. Veja que o SUS (Sistema Único de Saúde), bancado pelo Estado brasileiro, teve e tem papel importante no socorro e atendimento à população.
Países, como os Estados Unidos, que não tem sistema público de saúde, registraram milhares de óbitos por falta de assistência de quem não podia pagar pelo atendimento.
Nesses novos tempos há que se buscar uma nova ordem mundial. Neste mundo globalizado, com nações empobrecidas diante das grandes potências, é incompreensível que milhões de pessoas não têm o que comer.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a insegurança alimentar grave chegou a patamares perigosamente altos depois da pandemia de Covid-19. Dados do Programa Mundial de Alimentos, divulgados em novembro, apontam que 45 milhões de pessoas estão passando fome em 43 países do mundo; em 2019 eram 27 milhões.
A ONU pede para que governos e sociedades civis se unam a fim de mitigar esse cenário, insistindo em uma meta antiga de que a fome seja erradicada do planeta até 2030.
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