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Em Pauta: Por que o frigorífico ainda não começou a funcionar em Venceslau?


Arrematada no dia 25 de julho de 2017, após cinco tentativas de leilão, a unidade do ex-frigorífico Kaiowa, agora denominada Kamar, não tem previsão para o funcionamento da indústria em Presidente Venceslau.


As instalações da unidade foram arrematadas por um grupo formado pelos empresários Mauro Martos, proprietário do frigorífico Bon Mart de Presidente Prudente, e Fernando Kato, ligado ao agronegócio com atividades nos estados do Paraná e São Paulo.


A compra da unidade alardeou de forma muito positiva na comunidade venceslauense, com expectativa de geração de emprego e renda.


A proposta, num primeiro momento, seria para as atividades de desossa e armazenamento, este último pela estrutura herdada dos tempos do Kaiowa.


Iniciou-se então todo o processo para obtenção de autorização junto ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), com trâmite burocrático para adequar as exigências sanitárias.


Esse processo demandou mais de 01 ano para obtenção do alvará de funcionamento. Concomitante, os novos proprietários da unidade iniciaram adequação do parque industrial, principalmente no setor de matança, de modo a tornar a unidade dentro dos padrões exigidos diante da nova realidade no setor.


Com a pandemia de Covid-19, houve atraso para envio de matéria prima, principalmente metal e inox, para as instalações no setor de matança e desossa. Esse fato foi relatado pelos próprios proprietários em matéria publicada pelo Tribuna Livre meses atrás.

Em meados deste ano, a prefeita de Presidente Venceslau, Bárbara Vilches, chegou a postar, nas redes sociais, imagens de uma visita feita por ela à unidade, onde mostrou as adequações que estavam sendo feitas no setor de matança.


Nesta quinta-feira, 02, este colunista entrou em contato com Sandro Martos, filho de Mauro Martos, questionando sobre quando a unidade vai funcionar. A resposta foi bem objetiva: “Sem China comprando carne do Brasil fica complicado pensar em abrir planta nesse momento”, disse ele.


Ou seja, o veto chinês à carne brasileira, em setembro último, após o aparecimento de dois casos de vaca louca no Brasil, é a principal justificativa nesse momento.


Um levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) mostrou que o volume de exportações de carne bovina brasileira caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020. O embargo chinês à mercadoria, que já dura três meses, tem impacto direto nos números.


A redução no volume representou uma queda de 31% na receita do mês, que passou de US$ 790 milhões para US$ 541 milhões.

Além do impacto do embargo chinês, uma segunda variável aponta para a crise mundial de contêineres, que prejudica a movimentação nos portos e é causada pela pandemia de Covid-19.


A China é o principal comprador de carne bovina nacional e corresponde a 60% dos embarques feitos nos portos brasileiros.

Um detalhe importante. O Bon Mart não vende diretamente para China, mas a empresa tem parceria com o Marfrig, e este exporta para a China. Com embargo chinês, o Bon Mart reduziu drasticamente seu abate, atendendo apenas o mercado interno, e exportando os miúdos para África.


Em resumo, a resposta de Sandro Martos induz que, enquanto não abrir novos mercados fora do país, será muito pouco provável que a unidade de Venceslau entre em operação.

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