
Através da Cibernética, o mundo virtual domina as relações humanas à distância. Em tempo de pandemia, está ainda mais acentuada e, por conseguinte, mais descontrolada. Qualquer um, a qualquer distância, está na rede.
Se por um lado essa proximidade com distanciamento favorece a discussão, o conhecimento, a troca de informação, o aprimoramento, a solidariedade, a benevolência, entre outras coisas importantes para o bem da coletividade, por outro estimula práticas nocivas, racistas, xenófobas, expondo o que há de pior num mundo que deveria ser humanizado para a prática do bem.
As redes sociais vieram para ficar e cada vez mais ganham frequentadores. Nelas, é possível expor e impor ideias, vida privada, posicionamentos políticos, sociais, familiares, culturais etc.
Os compartilhamentos e as curtidas revelam também empatias. Da mesma forma, aglutinam posições de interesses comuns, seja em qualquer tema ou assunto. Saímos do comportamento analógico, das rodas de amigos e encontros, para o digital, em qualquer tempo ou distância, isolado ou não.
Por interesses políticos, ideológicos, partidários, econômicos etc, as redes sociais também se tornaram uma disseminação das chamadas “fakes news”, as falsas notícias. Esse é o ponto em que muitos internautas, por desconhecimento ou por maldade, intensificam e exploram a desinformação.
Checar uma informação, se verdadeira ou não antes de compartilhar, hoje se tornou imprescindível, até para evitar complicações, inclusive criminais.
Nas eleições de 2018, por exemplo, tivemos no Brasil muitas notícias falseadas, com conteúdos que exploraram fatos e posições inexistentes dos candidatos, como mamadeira de piroca, kit gay, aborto, entre outras aberrações que suscitaram dúvidas no eleitorado e, de certa forma, contribuíram para eleger determinados candidatos, estes alheios à prática da ética na política.
Nenhuma dúvida que as “fake news” continuarão presentes nos próximos pleitos, mesmo com campanhas educativas para que não ocorram.
Vivemos num país cuja cultura é desdenhada, sobretudo nesse atual governo.
É preciso que a comunidade digital, em sua maioria, compreenda o papel que lhe cabe nesse latifúndio chamado Brasil. E não aceitar que as redes sociais se transformem num nicho de mazelas e exposições espúrias de malfeitores.
Que as redes sociais possam cumprir o papel de servir para ampliar o conhecimento, a ciência, a cultura e o politicamente correto, para o bem comum.