
Estamos às vésperas do Natal, mais uma vez. Bruno, meu neto mais novo, ajudando-me a colocar os presentes sob a árvore, erguendo o dedinho indicador, disse o que ouvira na Igreja: Vovó, o mais importante do Natal é Jesus!
Estive pensando nesse fato de infinita significância. Como teria realmente ocorrido o nascimento de Jesus? Humanamente pensando.
Pesquisei:
“Em uma cidade chamada Nazaré, na Galileia, Maria, uma virgem de cerca de 14 anos, foi prometida em casamento a um homem chamado José, conforme os costumes da época, mais velho que ela. Certo dia, um Anjo surgiu para Maria e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. […] O menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus”. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”! disse Maria e o Anjo retirou-se. Maria acha-se grávida, apesar de ainda não ter se unido a José.
José, seu marido, um homem justo, frente à gravidez e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente. Mas, apareceu-lhe um Anjo do Senhor em sonho e disse: “José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.
Os Evangelhos registram que José e Maria viviam em Nazaré, mas tiveram que deixar a cidade para responder a um censo. O imperador Augusto decretou que todas as pessoas tinham que se registrar no local onde haviam nascido. Como José era descendente da família do Rei David, saiu para Belém com a mulher grávida.
Maria estava quase no final de sua gravidez, completando os nove meses. Enfrentaram uma viagem de 156 quilômetros, o que representou uma provação penosa para o casal, as estradas eram de difícil percurso, montanhosas, esburacadas, com pedras soltas, um sol escaldante, e o único meio de transporte disponível era o burro ou o camelo. Acredita-se que o casal tinha à sua disposição um burro. José, já não era tão jovem e Maria estava às vésperas do parto. Eles provavelmente dormiram três ou quatro noites sob as estrelas ou em hospedarias de beira de estrada. Viajaram quase 04 dias. Não há como não pensar no sofrimento de Maria, tão jovem, gravidez adiantada, sobre um burro, trotando por longas horas e longas distâncias.
Maria entrou em trabalho de parto assim que chegou à cidade de Belém. Não encontraram hospedagem, devido ao grande fluxo de pessoas e por essa razão, o casal se ajeitou em uma estrebaria e, nascendo, o Menino Jesus foi enrolado em panos e colocado em uma manjedoura, o coxo dos animais, simulando um bercinho. (Assim teve início a tradição dos presépios que se mantém viva até hoje.)
Depois que Jesus nasceu, em Belém da Judéia, (eram os tempos do rei Herodes) reis magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém, seguindo uma estrela para adorar o recém-nascido Rei dos Judeus. A estrela que tinham visto no oriente foi adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o Menino. Ao entrarem, viram o bebê com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra.
A mirra era uma substância usada para embalsamar corpos, referência ao sacrifício previsto para Jesus e sua ressurreição. O ouro representava a realeza do Menino, ressaltando que ele era o Rei dos judeus. O incenso usado nos templos, era um presente exclusivo aos sacerdotes, reforçando, assim, a divindade de Jesus.
Novamente, em sonho, José é avisado do perigo que Herodes representava para o Menino Jesus, por questões de poder político. Para protegê-lo, Maria e José saem de Belém oito dias após o nascimento e viajam para o Egito, submetendo-se, novamente, às agruras de uma viagem árdua, excruciante, agora com um bebezinho recém-nascido.
O Menino cresceu e marcou a história da humanidade com o seu sacrifício de morte na cruz para nos salvar. Mas isso é assunto para outro momento. Agora, o que nos cabe é celebrar o nascimento do Menino Jesus, enaltecer sua obediente Mãezinha e José, seu compreensivo Pai terreno.
“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco” (Mt 1:23).
(*) Aldora Maia Veríssimo – Presidente da AVL