top of page
Buscar

Maioria dos associados proprietários da Apea rejeita sugestão de aterramento da piscina

Atualizado: 6 de jul.

Objetivo da medida era reduzir custos de manutenção do clube, que enfrenta crise financeira; assembleia geral extraordinária ocorreu nessa segunda-feira - O IMPARCIAL


Aterramento da piscina foi apresentado como sugestão para reduzir custos de manutenção


Em assembleia geral extraordinária realizada nesta segunda-feira, a maioria dos associados proprietários da Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) rejeitou a sugestão de aterramento da piscina como medida para reduzir custos de manutenção do clube.

De acordo com o conselheiro mais antigo da Apea, Jaime Trevisan, mais de 70 associados proprietários estiveram presentes no encontro, que também tinha como objetivo a eleição e posse da diretoria executiva do clube, bem como a eleição e posse do presidente e vice-presidente do conselho deliberativo. No entanto, a definição não ocorreu mais uma vez, considerando que não houve a manifestação de interessados.

A pauta previa que, caso não houvesse interessados, seria nomeada uma junta de intervenção composta por seis sócios-proprietários, que assumiriam a direção do clube até a eleição do conselho deliberativo e da diretoria executiva. Contudo, Jaime destaca que, por ora, esse assunto não foi discutido.

O conselheiro adianta que convocará uma nova assembleia para continuar as tratativas. A data deverá ser definida até esta sexta-feira.

Conforme noticiado por O Imparcial, a Apea enfrenta crise financeira e dificuldades para encontrar uma nova gestão. Enquanto o impasse segue sem solução, o promotor de Justiça de Presidente Prudente, Jurandir José dos Santos, encaminhou um ofício ao Comudephaat (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico), no final de junho, solicitando análise de documentação com o objetivo de realizar estudos voltados à possibilidade de tombamento do clube.

A este respeito, Jaime aponta que o promotor deu ao conselho o prazo de 15 dias para apresentar contestação ao pedido.


Problemas financeiros

Conforme noticiado por O Imparcial, o tradicional clube enfrenta problemas financeiros. Por esta razão, a ex-diretoria decidiu pela renúncia coletiva em maio deste ano. De acordo com o ex-presidente, o cirurgião-dentista Carlos Henrique Silveira, um balanço contábil contratado pelos membros apontou déficits mensais de, em média, R$ 60 mil.

Carlos expôs que o problema é antigo e já desafiava as diretorias anteriores do clube. Ao assumir o comando em janeiro deste ano, ele resolveu contratar um serviço de auditoria com o objetivo de entender o cerne do déficit, ou seja, detectar onde havia o vazamento de dinheiro que provocou a dívida.

Ao final do trabalho, que apontou déficits mensais de, em média, R$ 60 mil, a diretoria debateu projetos que pudessem possibilitar uma renda fixa para garantir, pelo menos a princípio, a redução da evasão financeira. No entanto, conforme ocorriam as discussões, constatou-se que, diante de qualquer passo dado, o grupo assumiria dívidas que chegariam a R$ 1 milhão.

Carlos afirmou que grande parte das dependências do clube apresenta problemas estruturais e é preciso dinheiro para garantir a devida manutenção, bem como a contratação de mais funcionários que possam aprimorar o atendimento aos sócios e a captação de novos usuários.


Pedido de tombamento

No documento da Promotoria de Justiça encaminhado ao Comudephaat, são consideradas a idade da Apea e a projeção que teve como clube de futebol, no qual figuras ilustres como Pelé participaram como atletas, tendo disputado partidas; como clube de basquete, no qual a jogadora Hortência iniciou sua carreira; e como formadora de diversos atletas de reconhecimento nacional na natação.

O promotor considera a lei federal nº 8.625/93, que aponta que incumbe ao MPE (Ministério Público Estadual) promover inquérito civil e ação civil pública para a proteção, prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos.

Conforme apurado pela reportagem, a proposta partiu de um grupo de associados e colaboradores da Apea, que enviou ofício com a proposta de tombamento ao promotor.

O titular da Setur (Secretaria Municipal de Turismo), Adolfo Padilha, é um dos envolvidos nesse grupo. Ele afirma que a única intenção em tentar preservar o patrimônio da Prudentina é "acabar de vez com histórias e conversas sobre especulação imobiliária". "O fato de preservar toda aquela estrutura não muda a dificuldade em manter o clube ativo. Mas já buscamos alternativas e outras possibilidades com um grupo grande de apoiadores para viabilizar o clube com a condição de que sejam renovados 100% o conselho deliberativo e a diretoria executiva", expôs à reportagem no final de junho.

De acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o objetivo do tombamento de uma edificação é impedir sua destruição ou mutilação, mantendo-o preservado para as gerações futuras. Reformas devem ser previamente aprovadas pelo órgão que efetuou o tombamento. A aprovação depende do nível de preservação do bem e está sempre vinculada à necessidade de serem mantidas as características que justificaram o tombamento.

bottom of page