Com Terra
Foto: Getty Images
O mundo poderá ter o seu primeiro trilionário, considerando patrimônio em dólares, nos próximos 10 anos. Já a pobreza global poderá levar mais de dois séculos para chegar ao fim, cerca de 230 anos. É o que mostra o relatório anual da Oxfam, confederação internacional que busca soluções para a pobreza, desigualdade e injustiça, lançado na segunda-feira, 15.
No universo dos mais ricos…
Segundo levantamento da Oxfam, desde 2020, os cinco homens mais ricos do mundo mais do que dobraram suas fortunas. Tendo como base a lista de bilionários da Forbes, os com maiores patrimônios são Elon Musk, Bernard Arnault e família, Jeff Bezos, Larry Ellison e Warren Buffett.
No total, somando os patrimônios bilionários destes cinco homens mais ricos do mundo, estão em jogo US$ 869 bilhões (cerca de R$ 4,2 trilhões). Há cinco anos, eles somavam US$ 453 bi.
Se cada um deles gastasse US$ 1 milhão por dia, levariam 476 anos para esgotar todo o seu patrimônio combinado.
Elon Musk, atualmente o mais rico entre os super-ricos, registrou um patrimônio de US$ 245,5 bilhões de dólares em novembro do ano passado. Se o valor for convertido para reais, ele já seria considerado trilionário, com R$ 1,2 trilhões.
Sua fortuna teve um crescimento anual médio de 162%, considerando que em 2019 ele possuía US$ 27 bi. Se seguir nessa toada, deve atingir o primeiro trilhão de dólares em cerca de 8 anos.
No caso dos outros ricaços, a situação é 11/2023, em bi de dólares:
Elon Musk: 245,5
Bernard Arnault e família: 191,3
Jeff Bezos: 167,4
Larry Ellison: 145,5
Warren Buffett: 119,2
Já para os mais pobres…
A partir de dados do Banco Mundial, o estudo considera as pessoas em situação de pobreza que vivem com menos de US$ 6,85 por dia (R$ 33,79) e analisa que houve uma média de redução de 1,7% da pobreza global entre 2015 e 2019.
Se os próximos anos seguirem o mesmo padrão, para que a pobreza global chegue a menos de 1% (0,99%) serão necessários 229 anos.
O Banco Mundial adota três linhas de pobreza. Essa, a com renda mais elevada, foi adotada pela Oxfam por "dar uma imagem mais precisa do número de pessoas que vivem na pobreza em todo o mundo".
Vale ressaltar que apenas 1% das pessoas mais ricas do mundo acumulam 43,3% da fatia do patrimônio financeiro global. O 99% ‘mais pobre’ corresponde aos 56,7% restantes.
Para acabar com a pobreza global dos que vivem nesta faixa de renda diária considerada pelo levantamento (US$ 6,85) seriam precisos US$ 1,1 trilhão, considerando o valor em taxa de câmbio. Já para acabar com a pobreza extrema - daqueles que vivem com até US$ 2,15 por dia, R$ 10,60 - serão necessários US$ 41 bi.