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Novembro Azul


Mais uma vez neste ano, na área da saúde, ocorre campanha de conscientização do homem sobre doença elencada no rol daquelas que dizem respeito à saúde pública. O homem, por si só, é refratário ao atendimento médico e só procura o profissional em último caso. Além disso, pela educação extremamente machista que recebemos temos medo ou vergonha de expormos nossos males. Desta forma uma campanha que vise à orientação e a quebra de paradigmas no que diz respeito principalmente ao câncer de próstata, doença que dizima um grande número de cidadãos, é sempre bem vinda.


A próstata é uma glândula com aproximadamente 30 gramas situada junto à bexiga e produz parte importante do liquido espermático. O câncer de próstata , segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), é mais incidente que o câncer de mama e neste ano deve acometer mais de 60.000 homens. Dizia um velho professor de urologia que se todos os homens vivessem até 120 anos todos, sem exceção, teriam câncer de próstata. O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia refere que “um a cada seis homens terá câncer de próstata e um a cada trinta e seis irão morrer da doença”. Na verdade o grande problema desta patologia é que, pelo preconceito já citado, a imensa maioria dos casos tem diagnóstico tardio e, então, a mortalidade chega a 90%.


Atitudes muito simples e procedimentos básicos realizados pelo médico podem salvar milhares de trabalhadores. A atitude é a conscientização e a ida ao urologista uma vez ao ano a partir dos 45 anos de idade. O procedimento médico é o toque retal e o exame de sangue chamado PSA, que proporcionam o diagnóstico precoce da doença quando ela tem 100% de possibilidade de cura total.


Não sei qual o resultado deste movimento em prol da saúde e da vida do homem brasileiro. Considero até, pela vivência, que pode não ser de grande sucesso. Mas acho que tem sido um passo importante e que a continuidade deste programa trará enormes benefícios num futuro bem próximo. Afinal as novas gerações de homens estão mudando muito suas condutas e o machismo do passado está se transformando na masculinidade do presente onde o homem se transforma em um ser muito mais cooperativo, mais civilizado e mais interessado em ter uma boa qualidade de vida. Assim esperamos para que o câncer de próstata possa ser transformado numa patologia plenamente curável e passe a pertencer apenas à nossa história de evolução médica.


(*) O autor é médico e membro da Academia Venceslauense de Letras

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