
Nesta sexta-feira (30), após investigação realizada pela Polícia Civil, através da DIG (Delegacia de Investigações Gerais e da DEIC 8 de Presidente PrudenteSP, simultaneamente em 09 cidades no Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Sapucaí do Sul, Viamão, São Sebastião do Caí, Alvorada, Esteio, Guaíba, Canoas e Seberi) e outra em Santa Catarina (Balneário Camboriú), além de ação no interior da Cadeia Pública do RS, deu início a operação Psiquê.
Após vários registros de ocorrência realizados em Presidente Prudente (são 12 registros referentes ao Inquérito Policial, porém indícios de ações do grupo em pelos menos 5 dezenas), relatando ação criminosa idêntica, a unidade especializada assumiu a investigação com a identificação de extenso grupo criminoso na região Sul do País.
Em síntese, foi desvendado, em tese, organização criminosa que utilizava de ardil, primeiro, contatando vítimas em redes sociais e trocando mensagens e fotos íntimas expondo garotas nuas. Depois, com material “nudes” também arrecadado dos alvos (predominantemente homens), passavam a receber telefonemas simulando serem pais dessas meninas “menores de idade” ou mesmo policiais de outro Estado constrangendo e exigindo valores como pagamento para não divulgar o conteúdo de intimidade nas redes sociais ou mesmo não efetuar denúncias falsas que possam levar as vítimas à prisão (por inexistentes crimes como pedofilia). Insinuavam, inclusive, serem agentes da segurança corruptos.
Para os delitos, os criminosos falsificavam chips de operadoras, criavam “fakes” de perfil, usavam fotografias de autoridade públicas reais, enviavam vídeos de delegacias, fóruns, supostos mandados de prisões, até mesmo cenas de sangue e velório simulando suicídio de adolescentes. Tudo para dramatizar e consubstanciar as ameaças e exigências extorsionárias que levavam as vítimas à insuportáveis pressões.
Na manhã desta sexta-feira, depois do envio de equipes de policiais civis de Presidente Prudente, com o apoio integral de policiais civis locais (polícias civis do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) – aproximadamente 200 policiais, foi possível o desencadeamento da operação, que contou com o cumprimento de 31 mandados de busca e apreensão residencial, bem como 05 prisões preventivas e bloqueios de contas de dezenas de CPF’s (para sequestro dos valores em conta).
Ao todo, 28 pessoas (entre liderança, operadores ou aliciadores de contas e correntistas) foram indiciadas e serão responsabilizadas pelas ações (responderão ao processo criminal). Após o fim da investigação será deliberado, ou não, pela necessidade da prisão processual dos demais envolvidos.
Todos responderão pelos crimes de extorsão, falsa identidade, organização criminosa e lavagem de capitais.
O nome da operação foi escolhido em metáfora as pessoas que, acreditando haver conhecido e conquistado uma pessoa, são traídos pelo instinto de suas próprias sexualidades.