Granada de morteiro estava enterrada às margens do Rio Grande, em Delta, e foi levada para a casa do dele, em Uberaba. Equipes do Exército e da Polícia Federal recolheram e detonaram o artefato. - Com G1
O que era um dia de pesca normal se transformou em um momento de curiosidade e preocupação para o homem que encontrou um explosivo de guerra enterrado durante uma pescaria no Rio Grande, em Delta, no Triângulo Mineiro. Ele e esposa lavaram o artefato e levaram para casa, em Uberaba.
O rapaz, que não quis se identificar, detalhou como encontrou a granada de morteiro no domingo (10).
“Eu estava pescando e vi esse artefato no barranco, coberto por barro mesmo. A ponta estava aberta, então pensei que estava estourado. Pensei até que podia ser algo de colecionador, é uma coisa diferente, e levei para casa”, detalhou. No entanto, já em Uberaba, veio a surpresa e o susto. “Quando fui pesquisar o que era e avisei para a polícia, me explicaram que poderia não estar detonado totalmente. Era uma bomba de fragmentação”. “Quando eu descobri o que era não quis nem mais encostar naquilo”, completou.
O que era?
A Polícia Militar foi chamada na segunda-feira (11) pela esposa do rapaz, que começou a desconfiar que poderia se tratar de um explosivo. Os dois lavaram o explosivo com a água do rio e decidiram colocar o objeto no carro e levá-lo embora. Conforme o boletim de ocorrência, o explosivo foi colocado em uma mesa na varanda da casa.
Ao confirmar que se tratava de uma bomba, a PM pediu que os moradores deixassem o imóvel. Uma equipe do 36º Batalhão de Infantaria Mecanizada do Exército de Uberlândia foi para Uberaba na terça-feira (12) e recolheu o artefato.
"É uma granada de morteiro de 81 mm usada na Guerra Constitucionalista de 1932. Nossa região foi palco desse conflito, principalmente a região limite entre Minas Gerais e São Paulo, próximo ao Rio Grande", explicou ao g1 o setor de Relações Públicas do 36º Bimec.
ENTENDA: A Revolução Constitucionalista foi um movimento armado liderado pelo Estado de São Paulo com o objetivo de retomar o poder democrático e a promulgação de uma nova Constituição, depois que Getúlio Vargas tomou o governo em 1930 e tirou a hegemonia paulista e mineira. Ainda segundo o Exército, apesar de antigo, havia o risco de o artefato explodir e ferir o casal.
"Qualquer cidadão que encontrar um artefato explosivo não deverá tocar no material. Deverá de imediato contatar um Órgão de Segurança Pública que irá acionar o órgão competente pra realizar os procedimentos de destruição do artefato explosivo", orientou a corporação.
O objeto foi levado para a área militar do Tiro de Guerra de Uberaba, onde foi detonado com segurança pelo Grupo Antibombas da Polícia Federal.
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