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Sintomas de apendicite não envolvem só dor; veja principais sinais

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A apendicite é uma inflamação muito comum que ocorre no apêndice, pequeno órgão localizado no lado direito do intestino grosso, próximo à junção com o intestino delgado. Normalmente, ela surge devido à obstrução do órgão por pequenos pedaços de fezes e alimentos, parasitas ou outros corpos estranhos.


Estima-se que a enfermidade pode afetar 1 em cada 500 pessoas todos os anos, especialmente os jovens. A boa notícia é que essa inflamação costuma ser resolvida por meio de uma cirurgia minimamente invasiva.


Para isso, é fundamental que ela seja identificada o mais rápido possível, já que pode se agravar e trazer grandes complicações.


O problema é que a apendicite provoca sintomas muito parecidos com os de outras doenças, o que pode confundir e até atrasar o diagnóstico. Portanto, é muito importante saber reconhecer os primeiros sinais da doença e buscar ajuda médica na hora certa.


Principais sintomas de apendicite

O principal sintoma da apendicite é a dor abdominal aguda, ou seja, aquela que aparece de repente. Inicialmente, ela se manifesta de forma branda, próxima à região do umbigo ou na parte alta do estômago, e pode estar acompanhada de outros desconfortos, como:

  • Sensação de estufamento no abdome;

  • Náuseas e vômitos;

  • Perda de apetite;

  • Mal-estar geral.

Após cerca de 24 a 48 horas, a dor migra para a região direita inferior do abdome. Essa dor contínua costuma crescer progressivamente de intensidade e vai se tornando difícil de tolerar. Neste momento, é possível que a pessoa apresente também:

  • Febre baixa (até 38°C);

  • Calafrios;

  • Prisão de ventre.

De acordo com os especialistas, esse quadro clínico é altamente sugestivo para apendicite aguda. Porém, o paciente ainda pode vir a ter diarreia, distensão abdominal e até ardor ao urinar, o que confunde o diagnóstico com outras condições, que vão desde problemas gastrointestinais (diarreias infecciosas e intoxicações alimentares) a infecções urinárias e renais.


"A dor da apendicite aguda pode variar conforme a posição do apêndice em cada pessoa. Desta forma, ela pode também apresentar-se nas costas, mimetizando uma dor lombar. Frequentemente, o paciente com esse problema apresenta dor ao passar por uma lombada ou um buraco ao deslocar-se", explica Aline Celeghini, médica cirurgiã geral e coloproctologista da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia).


Não há diferença no que diz respeito a sintomas de apendicite em homens e mulheres. Porém, no caso de pessoas do sexo feminino, deve-se excluir a possibilidade de gravidez, doenças ginecológicas infecciosas ou problemas relacionados ao ciclo menstrual.


Sintomas de apendicite em crianças

Diferentemente dos adultos, um quadro de apendicite aguda infantil pode ter menos sintomas específicos no início. Esta característica, associada à dificuldade de comunicação das crianças menores, pode dificultar o diagnóstico. Por este motivo, é importante atentar-se nos casos de dor abdominal na criança associada a:

  • Diarreia;

  • Cansaço;

  • Prostração;

  • Falta de apetite.

Quando procurar um médico?

Quando não é identificada no início, a apendicite pode evoluir para um quadro de supuração, em que o apêndice inflamado se rompe e espalha pus pelo abdome. Consequentemente, isso pode acarretar infecções abdominais e, inclusive, infecções generalizadas que podem levar à morte.


Portanto, é essencial buscar atendimento médico sempre que você ou outra pessoa tiver dor abdominal persistente ou dor abdominal que iniciou na região umbilical e progrediu para o lado direito do abdome —sobretudo se essa dor for aumentando e vier acompanhada de outros sintomas.


Como é o diagnóstico e o tratamento da apendicite

O diagnóstico de apendicite costuma ser baseado no quadro clínico do paciente, considerando os sintomas apresentados e um exame físico de palpação abdominal. Entretanto, há a possibilidade de complementação com exames de sangue e exames de imagem, como ultrassonografia de abdome e tomografia de abdome total.


Uma vez confirmado, o tratamento da apendicite é essencialmente cirúrgico para a remoção total do órgão. O procedimento pode ser realizado por videolaparoscopia, cirurgia robótica ou cirurgias abertas com incisões na lateral direita do abdome ou na região central, a depender da gravidade do caso.


"Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a evolução da doença, pois a apendicite é um processo extremamente simples se tratado cirurgicamente a tempo, mas que pode evoluir para quadros mais graves se o seu diagnóstico e tratamento forem tardios", esclarece Raymundo Paraná, professor titular de gastro-hepatologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia).


Fontes: Raymundo Paraná, livre-docente e professor titular de gastro-hepatologia da Faculdade de Medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia); Lucia de Oliveira, doutora em cirurgia do aparelho digestivo pela USP e titular da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia); e Aline Celeghini, médica cirurgiã geral e coloproctologista, docente da graduação de medicina da Universidade Anhembi Morumbi.

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