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SP avalia utilizar IA para 'aprimorar' conteúdo digital nas escolas estaduais

Com G1

Foto: Seduc/Divulgação


O Governo de São Paulo planeja implementar um projeto piloto para utilizar uma plataforma de Inteligência Artificial, como o Chat GPT, nas atualizações do material digital usado por professores dos últimos anos do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio.


Segundo a Secretaria Estadual de Educação, aulas foram elaboradas em 2023 pelos chamados professores curriculistas - responsáveis por fazer o conteúdo - e já estão em uso.


O que o projeto prevê é a "atualização e aprimoramento" desse material "com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula".


Ainda de acordo com a pasta, o conteúdo produzido por IA será revisado pelos educadores em duas etapas. Depois desse processo, o material passará por outras duas revisões: de direitos autorais e intervenções de design.


A secretaria disse ainda que o uso da tecnologia ainda vai passar por etapas de avaliação para avaliar a sua implementação.


O professor e pesquisador de educação e tecnologia Bernardo Soares, ouvido pelo SP1, afirmou que a tecnologia pode auxiliar os professores, mas não deve substituir.


"Esse processo de produzir conteúdo de maneira subjetiva, compreendendo as dificuldades dos estudantes, compreendendo a importância de um tópico ou outro, o chat GPT não faz, não substitui. O ChatGPT tem uma análise objetiva do conteúdo e não subjetiva, então o professor precisa ser o centro desse processo, ainda que ele seja o mediador do conteúdo e não mais o detentor", afirma.


No segundo semestre do ano passado, o secretário da Educação Renato Feder chegou a planejar que as escolas estaduais de SP não recebessem mais livros didáticos físicos e tivessem apenas o material digital como ferramenta.


Contudo, após críticas e erros encontrados no conteúdo, a decisão foi revogada.


O que diz o Tarcísio

Em um evento sobre a expansão de leitos de hospitias no Estado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a ferramenta será um "facilitador" e quem vai ministra esse conteúdo é o professor.


"A gente não pode deixar de usar a tecnologia por preconceito por qualquer razão, obviamente tem que usar com parcimônia, tem que usar com todas as reservas que são necessárias", disse. "Nada vai substituir o papel do professor, até porque a responsabilidade do que tá dentro de sala de aula é do professor. [Ele] que sabe como ele vai ministrar, que sabe como ele vai passar o conteúdo".


O que diz a Secretaria Estadual de Educação (SEE)

Não procede a informação que os professores serão substituídos por ChatGPT ou por qualquer outra ferramenta de Inteligência Artificial (IA).


A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) planeja implementar um projeto-piloto para incluir a IA como uma das etapas do processo de atualização e aprimoramento de aulas do terceiro bimestre dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.


Esse processo de fluxo editorial ainda será testado e passará por todas as etapas de validação para que seja avaliada a possível implementação. Nele, as aulas que já foram produzidas por um professor curriculista e já estão em uso na rede são aprimoradas pela IA com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula.


Na sequência, esse conteúdo será avaliado e editado por professores curriculistas em duas etapas diferentes, além de passar por revisão de direitos autorais e intervenções de design. Por fim, se essa aula estiver de acordo com os padrões pedagógicos, será disponibilizada como versão atualizada das aulas feitas em 2023.


Atualmente, a Seduc-SP conta com um time de cerca de 90 professores curriculistas.

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