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'Super Sobrinho': professor de informática ensina idosos a serem independentes

Atualizado: 8 de dez. de 2023

Com Terra

De segunda à sexta-feira, das 7h30 até depois das 22h, a agenda de Diogo Lopes, de 33 anos, está completamente lotada. De hora em hora, ele tem um compromisso fixo com um de seus alunos, todos idosos, que querem entender um pouco mais ou precisam de ajuda para lidar com a tecnologia. Com muita dedicação, paciência e minuciosidade, ele se tornou o 'Super Sobrinho'.


Da primeira aula para idosos até hoje se passaram 16 anos (e muita coisa mudou). Diogo começou como estagiário, enquanto fazia faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, em um curso que oferecia aulas de informática para idosos. Atualmente, ele é dono de um negócio próprio, que conta com nove colaboradores, tem espaço físico no Rio de Janeiro, aplicativo, além das aulas gratuitas que dá em seu canal no Youtube.


Relação afetiva

A primeira turma de idosos com quem Diogo teve contato surgiu em um momento muito simbólico para ele. Com 16 anos, ele perdeu a avó --a quem também chama de “pai”, pela importância que teve em sua criação--. E com 17, se viu dando aulas para idosos.


“A vida me deu um presente enorme, porque eu não esperava dar aula para terceira idade, ter essa conexão com esse público e tudo mais. E quando esse professor saiu e eu entrei, a minha falta de técnica foi compensada pela conexão muito forte no relacionamento com esse público”, relembrou.


Foi só finalizar a primeira turma que um dos alunos fez a sugestão para que continuassem os estudos de forma particular. Segundo Diogo, esse aluno foi quem o “descobriu”: “Quando eu fui dar aula para ele em casa, foi que eu falei ‘cara, é isso que eu quero fazer para a minha vida’. Eu adorei, porque eu amava dar aula para terceira idade em turma, era muito animado, mas nada comparava ao aprofundamento da amizade no um para um."


Lizardo, que carrega o título de primeiro aluno, já faleceu. Mas Diogo conta que tem alguns estudantes ainda de lá do comecinho. “Tem gente de mais de 10 anos comigo. A Nélia, por exemplo, deve ter uns 12 anos comigo."


O horário reservado para os alunos é livre. Se o idoso quiser conversar, ele pode. Resolver um problema, também. Diogo atua, de certa forma, como um verdadeiro sobrinho. Porém, ele explica que não necessariamente os idosos que procuram pela mentoria não têm familiares para ajudá-los. A questão está em não querer depender de ninguém.


“A queixa principal é: ‘Eu quero ser independente'. Isso vai desde uma coisa simples de mandar uma foto para um comprovante até limpar o celular com vírus, ou fazer um pagamento… as principais queixas que chegam até mim são coisas do dia a dia", detalhou.


Várias frentes do negócio

No início, Diogo atendia aos alunos em casa. Com o boca a boca, a demanda foi crescendo e ele alugou um espaço no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Lá, há mais dois professores que atendem presencialmente. Todos com agendas lotadas.


No digital, Diogo já se destaca em uma frente. Ele criou o site Bauzinho do Digital, que pode ser aberto como um aplicativo no celular, livre apenas para assinantes, com todas as aulas, tutoriais e passos a passos que já fez até agora. São mais de 600 disponíveis.


Lá, há aulas ensinando os idosos a mexer em aplicativos de celular, ou a entenderem como funciona o próprio sistema do smartphone. Por exemplo, existe uma aula para que o idoso domine o Google Agenda - e na capa da aula há uma descrição de que aquele app pode ser usado para se lembrar de consultas e horários de remédios.


Mais recentemente, Diogo passou a explorar melhor as redes sociais. O Youtube tem sido a rede da qual tem tirado maior proveito. Por lá, faz lives semanais em que dá aulas gratuitas para os idosos. “As lives estão dando mil pessoas. É muito legal porque eles ficam até o final, que é o momento de tirar dúvidas”, afirmou. Ele indica que quem quiser se inscrever para assistir semanalmente os vídeos basta clicar neste link.

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