Resumidamente, o efeito platô acontece quando a perda de peso é interrompida, o que pode ocorrer como resultado de uma diminuição do metabolismo basal (termogênese adaptativa), que se iguala a quantidade de calorias ingeridas. No entanto, qual seria a magnitude clínica da termogênese adaptativa?
Por exemplo, um indivíduo de 90kg que perde 10% do peso corporal (9kg), teoricamente reduziria seu metabolismo basal de 1700kcal para 1600kcal. Essa alteração no metabolismo basal seria suficiente para impedir a perda de peso e acarretar um efeito platô?
Na verdade, é mais provável que este efeito platô seja mais influenciado pela falta de adesão a dieta do que pela termogênese adaptativa de fato. A restrição calórica gera uma série de respostas fisiológicas, como aumento da grelina e redução da leptina, fazendo com que o indivíduo sinta mais fome e tenha mais dificuldade em manter a redução da ingestão calórica.
Portanto, mesmo que os pacientes acreditem que estão em restrição calórica, de maneira intuitiva e sem perceber, tendem a ingerir mais calorias fazendo pequenas exceções durante o dia.
Além disso, vale ressaltar que velocidade da perda de peso também influencia bastante o efeito platô. Quando se tem uma restrição calórica muito severa, a taxa metabólica basal tende a diminuir além do esperado para o peso atingido, dificultando ainda mais o emagrecimento, adesão a dieta e, consequentemente, favorecendo o efeito platô ou regressão nos resultados.
Portanto, devemos ter cuidado com 2 pontos:
Velocidade da perda de peso e
Estratégias para aumentar a adesão do paciente à dieta.