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E os avós, quem são?

Atualizado: 21 de jun. de 2023



No Brasil, em Portugal e Espanha, em 26 de julho, comemora-se o Dia dos Avós. Esta data foi escolhida devido à comemoração do dia de Santa Ana e São Joaquim, que, segundo a tradição seriam os pais de Maria e, portanto, avós de Jesus Cristo. São Joaquim e Santa Ana foram canonizados, nesse dia, em 1584, pelo Papa Gregório VII.


Diz-se que a ideia deve-se a Ana Elisa Couto, Dona Aninhas (1929-2007), portuguesa, avó de 6 netos, que durante quase 20 anos reivindicou a criação de uma data para homenagear os avós. Em Portugal, a data foi aprovada em 2003. No Brasil, a comemoração também é relativamente recente.


Já tive o privilégio de ser homenageada como avó, na escola dos meus netos. Foi lindo e emocionante. Mas, pergunto-me, quem são os avós, na vida dos netos? Ao falar em avós, vem-me à mente duas figuras humanas. Um senhor de cabelos brancos, camisa de manga comprida com os punhos e o colarinho cerimoniosamente abotoados, suspensório cumprindo importante tarefa, notória boina, andar vacilante e bengala. A seu lado, visualizo uma senhora de cabelos ajeitados em respeitoso coque branco, acentuado sobrepeso, uma virtuose do tricô ou crochê e muito animada enquanto cozinha os pratos prediletos de filhos e netos. Esse é o modelo de avós com quem tive o prazer de conviver por pouco tempo e posso ver em fotos amareladas.


Eu e meu marido somos avós há 7 anos; são dois meninos: 07 e 04 anos. Somos diferentes do estereótipo das minhas lembranças. Fico pensando, que avós somos para essas duas criaturinhas?


Estamos com o coração transbordando de amor desde seus primeiros dias de vida; carinhosos como não fomos com nossos filhos, quando a rigidez na educação nos parecia a melhor escolha, dispostos a correr, chutar bola, contar histórias de nossas vidas, ler livrinhos infantis, construir animais de massinha, jogar dominó, montar quebra-cabeças, formar palavras com alfabeto móvel, pintar, cantar ou compor novas letras de músicas infantis, fazer dobraduras e tentar fazer tsurus, concretizar suas ideias em “confecções variadas”, fazer inúmeras “consertações”, balançar na rede, enfim, nunca fomos tão dispostos e criativos porque o brilho dos olhinhos que nos acompanham nos incitam a voltarmos ao mundo encantado da infância.


A aposentadoria nos proporciona mais tempo para essas atividades e nos adoça o olhar que nos leva, sem falsa modéstia, a considerá-los meninos bonitos, inteligentes, simpáticos, antenados, habilidosos com a tecnologia, curiosos, interessados, obedientes, respeitosos, amorosos, enfim, crianças maravilhosas, pelo que agradecemos a Deus todas as noites.


Somos avós que não se envergonham de, muitas vezes, entender que “os pais estão sendo muito severos”, fazer a comidinha que eles mais gostam, o docinho predileto, antecipar a sobremesa antes do alimento natural, deixá-los descalçar o tênis contrariando o pedido da mamãe, concordar com brincadeiras que podem parecer inadequadas: pezinhos na água, mudar a decoração do quarto de brinquedos compondo um conceituado “spa”, ocupar o tatame para uma massagem improvisada a 4 mãos, acumular folhas e folhas de sulfite com desenhos “a grafite”, ou lindamente coloridos que demonstram uma “saudável subversão” à estética vigente, contar dezenas de vezes a mesma história disponibilizando-nos a responder (com dificuldade!) questões criativamente formuladas.


Enfim, somos avós “babões” e apaixonados por nossos meninos. Entendemos que nosso papel em suas vidas é adoçar-lhes a existência, fazendo-lhes uma alegre companhia enquanto o papai e a mamãe trabalham para manter a vida nos trilhos.


E assim, nossa idade avançada como convém a “avós conservadores”, não nos pesa nem nos entristece, estamos aptos para dividir com eles nossas experiências e proporcionar-lhes cuidados e afeto, o que comprovamos pelos bracinhos que nos enlaçam em várias ocasiões e pela felicidade que expressam quando entram em nossa casa correndo, animados, sorridentes, antecipando os momentos felizes que vamos desfrutar. Porque todos os dias em que estamos juntos é assim: livre, feliz e cheio de amor!


Nessa toada, não nos incomodamos com o tempo que passou e sim com o tempo que ainda teremos para conviver com eles. Em nossas preces pedimos a Deus que continuem sendo saudáveis, felizes e seres humanos dignos e realizados profissionalmente.


(*) Aldora Maia Veríssimo – Presidente da AVL

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